Enquanto estávamos nos carro, a caminho da casa deles, chorei disfarçadamente. Léo não poderia ver. Ele não sabia ainda o quanto doía. E quanto mais eu passava as folhas daquela revista, mais sentia uma profunda tristeza. Lilás com rosa foi o quarto mais bonito. Mas se fosse menino, com certeza eu faria aquele quarto da página 32, com desenhos de peixinhos. Se fosse menino. Se eu conseguisse ter um filho.
Léo continuava a dirigir, ouvindo um dos nossos cantores favoritos. O cd já estava no carro há mais de 20 dias tocando as mesmas músicas. O sinal fechou. Pensei em falar alguma coisa, contar o que eu estava sentindo, mas não consegui. Se eu falasse certamente choraria. Meu marido sofre quando eu sofro. As coisas precisavam ficar bem, pois precisávamos decidir.
Qual o limite de idade? – perguntei, ansiosa para que ele começasse a falar e dissipasse um pouco a nuvem de tristeza que pairava sobre meus olhos. Essa foi uma das milhares de vezes em que nos perguntamos sobre a idade que iríamos estabelecer para nosso filho adotivo. Acho que no máximo 2 anos – Léo respondeu, ficando em silêncio logo depois.
Léo é uma pessoa boa pra conversar. Ele, muito bem informado, sempre tem algo pra comentar sobre qualquer assunto. Mas naquele momento, aquele silêncio estava falando mais do que as palavras. Talvez ele também estivesse sentindo a mesma dor que eu.
Fazia dois anos que esperávamos por uma gravidez. Cada mês era um suspense, cada atraso uma alegria, e cada teste de farmácia, uma derrota. Perdi a conta de quantas vezes Léo foi comprar um teste porque eu tinha certeza de que agora chegara a minha vez de ser mãe.
Agora estávamos ali, no carro, indo visitar o primo dele e sua esposa. Duas pessoas maravilhosas que só queriam ter filhos mais tarde, talvez daqui há uns 3 anos. Mas, sem planejamento algum, Ticiane engravidou.
Eu estava realmente feliz pela gravidez de minha amiga. Ela não estava feliz. Ainda não havia absorvido a idéia. Eu estava infeliz porque era dela, não minha aquela barriga. Foi um conflito que me deixou amargurada num primeiro momento. É tãolindo ver uma mulher grávida! ainda mais quando é uma amiga, uma irmã... quando será a minha vez?
Chegamos à casa deles e, dissipando o susto inicial, resolvemos visitar uma grande loja de artigos infantis. É ótimo escolher com minha amiga as roupinhas do bebê. Ela ainda não sabe o sexo da criança, então ficamos especulando pela loja: olha Tica... que lindo! Se for menino vai ficar fofo com esta aqui. E seguíamos animadíssimas pela loja, até que me toquei que, eu não sabia com que idade meu filho iria nascer. Se eu adotar uma criança com 2 anos? Não vou comprar um berço, nem aquelas roupinhas... fiz este comentário com ela, que, deu prova que é minha amiga de verdade: menina, aí você sai com a criança e ela mesmo te ajuda a escolher as roupas! Vai ser ótimo! - Tem coisas que só quem nos ama sabe contornar.
Léo continuava a dirigir, ouvindo um dos nossos cantores favoritos. O cd já estava no carro há mais de 20 dias tocando as mesmas músicas. O sinal fechou. Pensei em falar alguma coisa, contar o que eu estava sentindo, mas não consegui. Se eu falasse certamente choraria. Meu marido sofre quando eu sofro. As coisas precisavam ficar bem, pois precisávamos decidir.
Qual o limite de idade? – perguntei, ansiosa para que ele começasse a falar e dissipasse um pouco a nuvem de tristeza que pairava sobre meus olhos. Essa foi uma das milhares de vezes em que nos perguntamos sobre a idade que iríamos estabelecer para nosso filho adotivo. Acho que no máximo 2 anos – Léo respondeu, ficando em silêncio logo depois.
Léo é uma pessoa boa pra conversar. Ele, muito bem informado, sempre tem algo pra comentar sobre qualquer assunto. Mas naquele momento, aquele silêncio estava falando mais do que as palavras. Talvez ele também estivesse sentindo a mesma dor que eu.
Fazia dois anos que esperávamos por uma gravidez. Cada mês era um suspense, cada atraso uma alegria, e cada teste de farmácia, uma derrota. Perdi a conta de quantas vezes Léo foi comprar um teste porque eu tinha certeza de que agora chegara a minha vez de ser mãe.
Agora estávamos ali, no carro, indo visitar o primo dele e sua esposa. Duas pessoas maravilhosas que só queriam ter filhos mais tarde, talvez daqui há uns 3 anos. Mas, sem planejamento algum, Ticiane engravidou.
Eu estava realmente feliz pela gravidez de minha amiga. Ela não estava feliz. Ainda não havia absorvido a idéia. Eu estava infeliz porque era dela, não minha aquela barriga. Foi um conflito que me deixou amargurada num primeiro momento. É tãolindo ver uma mulher grávida! ainda mais quando é uma amiga, uma irmã... quando será a minha vez?
Chegamos à casa deles e, dissipando o susto inicial, resolvemos visitar uma grande loja de artigos infantis. É ótimo escolher com minha amiga as roupinhas do bebê. Ela ainda não sabe o sexo da criança, então ficamos especulando pela loja: olha Tica... que lindo! Se for menino vai ficar fofo com esta aqui. E seguíamos animadíssimas pela loja, até que me toquei que, eu não sabia com que idade meu filho iria nascer. Se eu adotar uma criança com 2 anos? Não vou comprar um berço, nem aquelas roupinhas... fiz este comentário com ela, que, deu prova que é minha amiga de verdade: menina, aí você sai com a criança e ela mesmo te ajuda a escolher as roupas! Vai ser ótimo! - Tem coisas que só quem nos ama sabe contornar.
Um comentário:
Nossa, chorei c vc agora..Ja perdi as contas de qtas vezes isso aconteceu comigo, mas a amis dolorosa de todas foi qdo minha irmã engravidou..foi no susto, sem planejamento..e ela estava tão perdida q até o dia do primeiro ultrasson ela não falava q estava grávida, só falava q tinha feito o teste e q tinha dado positivo...uma maneira de negar a gravidez talvez...
Como isso dói né?? Só agente sabe como dói...
Bjocas!!
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